jueves, 17 de noviembre de 2011

Relatório do Encontro dos Irmãos do Ministério de Reflexão da FALC – Brasil

Em Brasília, durante os dias 8 a 10 de novembro do presente ano, reunimo-nos para dar início a um caminho de reflexão sobre a identidade conventual latino-americana dentro das 04 (quatro) jurisdições do Brasil. O porquê desta iniciativa baseia-se na convicção que a FALC deve respirar com os “dois pulmões culturais”, ou seja, com o hispânico e o português. A reflexão levada a cabo até o momento atual foi protagonizada (com algumas exceções) na sua maior parte pelos frades da parte hispânica da América Latina. O lugar das reflexões (Brasil), a participação dos irmãos brasileiros e a metodologia colocada em prática (própria do MiReFALC) representam um início significativo para o caminho de reflexão do franciscanismo conventual na língua portuguesa.

Participaram os seguintes irmãos:

Frei Jorge Fernández – Assistente geral (Roma);

Frei Darío Mazurek – Coordenador do MiReFALC (Missiologia – Bolívia);

Frei Norberto de Moura – Provincial de Brasília (História);

Frei Mieczyslaw Tlaga (Canonista – Brasília);

Frei Marcelo Veronez – Reitor do ISB (Coordenador do Encontro);

Frei Carlos Charles (Teólogo – Rio de Janeiro);

Frei Márcio Magalhães (Formador – Filósofo – Brasília);

Frei Casimiro Cieslik (Vigário Provincial – Espiritualidade franciscana – Brasília).

Frei Jorge apresentou a posição da Ordem em relação ao Ministério de Reflexão, enquanto que Frei Darío fez a exposição sobre a história do Ministério Intelectual na nossa Ordem, dos documentos e, sobretudo, em relação ao funcionamento do Ministério de Reflexão da FALC.

Posteriormente, os irmãos presentes elaboraram um instrumentum laboris para o projeto do MiReFALC, baseando-se no projeto do MiReFALC elaborado em 2007. Esteinstrumentum laboris será apresentado para a discussão, considerando eventuais correções, agregados e aprovação pelos Ministros Superiores da União dos Conventuais do Brasil.

Durante a última parte do encontro, Frei Carlos da Custódia do Rio de Janeiro apresentou o interessante texto do seu artigo “A conventualidade no carisma franciscano”. Em seguida, aconteceu um intercambio de ideias entre os frades presentes sobre o conteúdo apresentado pelo Frei Carlos.

A reunião realizou-se num clima muito fraterno e cordial.

Fr. Darío Mazurek

(trad. frey Marcelo Veronez)


miércoles, 16 de noviembre de 2011

Relación del Encuentro de los Hermanos del Ministerio de Reflexión de la FALC - Brasil

En Brasilia, entre los días 8 y 10 de noviembre del actual año, nos reunimos algunos hermanos con el objetivo de dar inicio a un camino de reflexión sobre la identidad conventual latinoamericana dentro de las cuatro jurisdicciones de Brasil. El porqué de esta iniciativa se basa en la convicción quela FALCdebe respirar con los dos “pulmones culturales”, es decir, con el hispano y el portugués. La reflexión que se ha llevado a cabo hasta el momento actual fue protagonizada (con algunas excepciones) en gran parte por los frailes de la parte hispana de América Latina. El lugar (Brasil), la participación de los hermanos brasileños, la metodología puesta en práctica (propia del MiReFALC), ya fueron de por sí un impulso inicial significativo para este camino de reflexión del franciscanismo conventual en lengua portuguesa.

Participaron los siguientes hermanos:

- fr. Jorge Fernández, asistente general (Roma);

- fr. Darío Mazurek, coordinador de MiReFALC (misionología, Bolivia);

- fr. Norberto de Moura, provincial de Brasilia (Historia)

- fr. Mieczyslaw Tlaga (Canonista, Brasilia);

- fr. Marcelo Veronez, rector del Instituto de San Buenaventura de Brasilia (coordinador del encuentro);

- fr. Carlos Charles (teólogo, Río de Janeiro)

- fr. Marcio Magalhaes (Formador, filosofo, Brasilia) .

- fr. Casimiro Cieslik (Vicario provincial, Espiritualidad franciscana, Brasilia)

Fr. Jorge presentó la postura dela Ordenen cuanto al ministerio de reflexión, mientras que fr. Darío tuvo la exposición acerca de la historia del Ministerio Intelectual en nuestra Orden, de los documentos y sobre todo lo referente al funcionamiento del Ministerio de Reflexión dela FALC.

Posteriormente los hermanos presentes elaboraron un instrumentum laboris para el proyecto del MiReFALC-Brasil, basándose en el proyecto del MiReFALC elaborado en el 2007. Dicho instrumentum laboris será presentado para su discusión, eventuales correcciones, agregados y aprobación a los Ministros Superiores dela Unión de los Conventuales de Brasil.

Durante la última parte del encuentro fr. Carlos de la Custodiade Río de Janeiro presentó el interesante texto de su artículo ´A Conventualidade no carisma Franciscano´. Después de la presentación se dio un intercambio de ideas acerca del contenido de la ponencia de fr. Carlos entre los frailes presentes.

La reunión se realizó en un clima muy fraterno y cordial.

Fr. Darío Mazurek

lunes, 12 de septiembre de 2011

SINTESE DAS REFLEXÕES DO GRUPO MIREFALC OFMConv REUNIDO EM LIMA EM AGOSTO 2011 SOBRE A PROPOSTA DE UMA CONVENTUALIDADE LATINOAMERICANA


Tradução do espanhol de Luciano Bernardi. Não é um documento oficial mas uma síntese parcial que os participantes assumiram como uma memória para provocarr ulteriores reflexões por parte deles próprios e de quem quiser ler e avaliar o que aqui se debate. A tradução não é isenta de possíveis interpretações errônea . Pedimos a fineza de não publicar, se não com estas ressalvas, já que o objetivo deste envio é somente uma partilha fraterna com divulgação interna. Os sub-títulos também foram acrescentados pelo tradutor. Obrigado. Luciano B..

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Nos días de 10 a 12 de agosto, logo depois de ter vivido juntos com os irmãos da Custódia do Peru, o congresso e a celebração romaria da morte-martírio dos freis Zbgniew Stralzkowski e Miguel Tomaszek, reuniram-se os integrantes do Ministério da reflexão da Falc (MiReFalc) para debater sobre a maneira de ser irmãos menores conventuais na América latina (A L), hoje. A iniciativa visa oferecer uma nossa contribuição à reflexão da Ordem, também na perspectiva da revisão das Constituições. Participaram 12 irmãos: 4 de Argentina, 1 de Uruguay, 2 do Brasil, 2 da Bolívia, 1 da Costa Rica, 1 do Chile e 1 da Venezuela.

Partindo dos testemunhas fiéis.

Iniciamos nossa partilha com um rico intercambio avaliativo sobre o Congresso realizado em Lima (5-6 de agosto) sobre Martírio e a Romaria dos Mártires a Pariacoto (8-0 de agosto). A este primeiro momento de nossa partilha, participaram também o ministro geral, frei Marcos Tasca e o assistente geral pela Falc, frei Jorge Fernandez. Unanimemente avaliamos que os dois momentos, do congresso e da Romaria, tiveram um bom êxito, sob todos os pontos de vista, celebrativo, pastoral e da memória histórica e emotiva.

Necessitamos, no atual momento, de um discernimento profundo e participativo sobre a herança de martírio, como Ordem e no âmbito da formação em América Latina, que esses nossos dois irmãos e outros mártires de hoje nos deixam. Neste sentido, o proprio Ministro geral encorajou a prosseguir com o serviço do Mire-falc que, afirmou, é uma contribuição original e esperançosa que vem quase exclusivamente da AL.

Nossa reflexão sobre conventualidade iniciou propriamente examinando os textos\ contribuições de alguns dos participantes sobre as características de uma chamada “conventualidade latino-americana”. Os pontos a seguir sintetizam as leituras feitas e os ricos intercâmbios fraternos, entre os participantes.

Memória histórica para avaliar e discernir o hoje

Emergem, em AL, estilos de vida franciscana que dependem das realidades fundadoras, com todo o que isso comporta de uma cultura transplantada nestas terras latinas. O perigo é ficar com a cultura dos fundadores pelos quais, sem dúvida nenhuma, é necessário passar mas sem deixar de entrar na dinamicidade que todo carisma oferece.

Estamos presenciando à recuperação da memória histórica. O conhecimento da história franciscana universal e na AL, talvez tenha que assumir com mais lucidez, critérios hermenêuticos novos; a finalidade maior é conhecer e estudar a presença franciscana conventual para ver “como” se viveu e se deve viver nossa identidade em terras latinas. É importante conjugar a aproximação diacrônico e a sincrônico; fazer memória criativa, valorizando vários elementos outros como a sabedoria dos ancestrais e não permanecer somente na história dos conventuais em AL que é recente demais. A história, entendida num sentido estrito, não é o único lugar para entender a conventualidade e o profetismo.

A matriz carismática da Ordem deve ser buscada em diálogo com as matrizes culturais em mudança, à luz de um discernimento fraterno e evangélico.

O franciscanismo nasce em época de crise e de grande mobilidade, com características parecidas às nossas. O convento foi lugar de produção simbólica e intelectual. Tem certo descenso quando se criam as nações e nascem padrões mais estáveis que produzem pouca mobilidade. Recupera seu ascenso nos países “novos”, como são as Américas que vão se formando com uma grande mobilidade que obriga ao diálogo e à proposta cultural e vivencial.

Encarnados nos cenários do mundo atual.

Hoje, além da história e da sociedade, é o mesmo cosmos que nos interpela. É voz do Espírito que nos fala. O franciscanismo, portanto, é movimento chamado a viver nos cenários do mundo atual: ecologia, migrantes, mulheres, pobres, minorias étnicas etc. Seria um erro descolar do mundo que nos cerca, como fosse algo a parte, uma reflexão sobre conventualidade e sobre nossa identidade. Seria uma abstração daninha e desviante.

Os franciscanos devem manter horizontes abertos em tudo o que se refere à sua presença e significatividade na AL, sem limitar-se a um só modelo de igreja e de compromisso pastoral, sendo irmãos que saibam dialogar com as diferentes culturas e com a própria criação. A interculturalidade torna-se, a expressão moderna e atual da itinerância franciscana. Como nos diz a Bíblia e o próprio Francisco, somo “forasteiros e peregrinos”, talvez no sentido de “nômades”, cuja referência, mais do que o território, é o interior de cada pessoa. A inter-relação entre irmãos e com todas as instâncias territoriais e cósmicas, em diálogo enriquecedor, em comunhão, é a maneira de viver nosso sermos irmãos menores conventuais hoje. Nesta moldura, o convento - cum-venire - é visto em primeiro lugar como espaço de encontros, instância humana que escolho para ser franciscano e que, não obrigatoriamente se identifica com um lugar; é um âmbito de reciprocidade afetiva, construída e expressada em sintonia, não em aceitação puramente ideal do outro distinto de mim.

Conventualidade, como algo que pertence ao franciscanismo como um todo.

O convento, portanto, deve ser espaço de relações cálidas e profundas. O perigo atual poderia ser a cultura virtual que desvirtua o encontro humano e o sentido concreto de pertença a um grupo, o viver e sentir-se em família. Isto se opõe à atual cultura fluida de se relacionar em rede mas a complementa ancorando-nos a um território e a um grupo humano.

O conventualismo pode ser caracterizado assim como algo que pertence ao franciscanismo como um todo. De fato, hoje na AL, se vive uma unidade espiritual e pastoral entre as três famílias franciscanas, mesmo que não se possam negar diferenças entre as maneiras concretas e institucionalizadas de viver as relações fraternas na comunidade e na relação com a autoridade. Na Europa, as diferenças são mais marcantes pois alí se parte normalmente delas para viver as características próprias.

Em certo sentido parece que se pode dizer que não existe uma conventualidade latino americana. De fato tem características fundamentais que devem ser aplicadas, de maneira fiel e criativa, ao carisma do fundador e às realidades próprias de cada área geográfica e ambiente humano. A América Latina tem suas características próprias que são desafios para encarnar nossa identidade aqui e agora.

Categorias evangélicas radicais como critérios.

Existem três tipos de presença por zonas: urbanas, rurais ou pequenos povoados, missionários junto às presenças indígenas, negras, populações migrantes, sem terra...menores carentes e de rua,... Há modelos pastorais: paroquiais, educativos e outros ministérios (meios de comunicação, pastorais sociais específicas..). O problema maior da AL que pode impedir as mudanças é o fato de estarmos condicionados por estruturas que nos comprometem do ponto de vista histórico e cultural. Ao mesmo tempo somos determinados por necessidades econômicas que, ás vezes, nos levam a buscar compromissos mas rentáveis, visíveis e fáceis do que os de cunho mais franciscano. É fundamental a formação para adquirir categorias evangélicas e franciscanas na hora de tomar decisões sobre as presenças e as obras.

Relacionados, em “capítulo conventual”.

O núcleo essencial de nossa identidade franciscana não é estático e fechado mas dinâmico e aberto: uma fraternidade que realiza seus discernimentos é evangélica e “nômade” material e espiritualmente. O capítulo conventual desempenha, neste sentido, um papel fundamental.

A conventualidade é um modo de sermos franciscanos num lugar e espaço aberto; é relacionalidade cultural muito livre e diferenciada que não se distingue, porém, das demais famílias franciscanas, porque é algo que inclui, que nos une e nos faz pertencer, por causa disso, ao carisma do fundador. Possivelmente as duas características essenciais da conventualidade sejam: a dinâmica fraterna interna e o diálogo permanente com as culturas e o mundo que nos leva a reinventarmos permanentemente nossas posturas. Isto nos leva a nos aproximarmos aos demais sem preconceitos, com livre humildade, a fim de conhecer, deixar-se envolver e enriquecer mutuamente.

Riepílogando, talvez a contribuição própria da AL poderia ser a seguinte. Não se pode definir a conventualidade como uma concreção histórica determinada, como algo a ser reproduzido ao longo dos tempos, mas como algo dinâmico, em porvir. A Ordem não como “ordem” mas sim como espaço “caótico” que impulsiona a uma busca constante, fiel, criativa; uma espaço aberto ao diálogo ad intra e ad extra. Isso se contrapõe a uma “ordem” concebida por umas instancias culturais cartesianas, hoje em crise, de domínio da realidade. Precisaria favorecer hoje ma“desordem” ou “fractalização” interior (estrutura geométrica complexa cujas propriedades, em geral, repetem-se em qualquer escala).

Segundo nosso parecer, todo mundo está convencido disso mas, ao mesmo tempo, sem dúvida, há resistências interiores e medos de assumir um novo estilo de conventualidade. De repente, as casas de formação em comum, poderiam veicular estes novos modelos e anélitos, na direção de um caminho latino-americano de presença franciscana menor conventual.

Síntese redigida em español por

Fray Mateus Ornelli,

Custódio ofmconv de Venezuela

lunes, 29 de agosto de 2011

Lima-Pariacoto, 5-9 de agosto: Memoria de un martirio

Me encuentro en mi última tarde en Lima, y quiero empezar este diario de viaje volviendo a los primeros días, tal vez los más importantes e impactantes, dedicados a la memoria histórica y celebrativa de los 20 años de la muerte de fray Miguel y Zbigniew, polacos, matados por el movimiento “Sendero Luminoso” el 9 de agosto del 1991. Hubo dos momentos fuertes: el Congreso en nuestra parroquia de Lima y el viaje-peregrinación a Pariacoto, lugar donde ejercían su ministerio y fueron ejecutados. Hoy es en curso su causa de beatificación, junto a otro sacerdote misionero italiano asesinado por el mismo movimiento el 25 de agosto del mismo año: Sandro Dordi. Los dos momentos han sido un logro, sobre todo de un punto de vista emocional, pastoral y celebrador.

Congreso en Lima, 5-6 de agosto – Ha sido un mixto de ponencias más científicas, aunque la cercanía a los hechos no permitía una verdadera distancia emotiva, y de testimonios mucho más vivos e impactantes. Las primeras analizando el momento histórico particular que se vivía en Perú en aquellos años (una muestra de fotos sobre el terrorismo en Perú, que pude ver después en el Museo de la Nación, fue impresionante por la locura que se desató entre bandas revolucionarias y ejército, a expensas sobretodo de inocentes del pueblo, con un saldo de 70.000 muertos…), y las características del martirio cristiano, con particular referencia a América Latina. Los segundos a cargo del obispo de la diócesis de Chimbote, mons. Bambarén; de la hermana Berta, que los acompañó casi hasta los momentos finales; de una joven del su grupo de Pariacoto, etc. Éstos se entrelazaron bien con las ponencias y tuvieron un fuerte impacto emotivo sobre la asamblea compuesta por gente de toda edad y preparación. Yo?!? Actué de moderador. Un papel que parece agradar a estas latitudes en la manera “familiar” como lo desenvuelvo. Para mí una ocasión única de participación y crecimiento.

El domingo 7 celebramos misa en la parroquia, recordando los 25 años de ordenación de fray Jaroslaw, el entonces guardián de Pariacoto, el cual evitó la muerte sólo porque estaba de vacaciones. La misa fue bonita, animada con cantos y ritmos peruanos. En los días siguientes las celebraciones serán siempre a la altura, aunque a veces ha faltado algo más étnico o una participación más popular.

Celebraciones en Pariacoto, 8-9 de agosto – Partimos de Lima a las 4.30 de la madrugada, en autobús, junto a varios laicos (otro nos ha precedido en la noche), para llegar a destino, en la región de Ancash, alrededor de 7 horas después. Bordeamos el océano, atravesando un paisaje muy árido, interrumpido de vez en cuando por oasis de vegetación y cultivos, allá donde hay agua, evidentemente. Dejada la costa, nos dirigimos hacia los montes andinos, donde queda Pariacoto. Luego de más de dos horas llegamos. Me impresiona la aridez de las montañas, junto a su majestuosidad. Mientras los pueblitos se asientan junto al agua, teniendo cultivos de hortalizas y frutas. Nos hospedan, algo arrimados, en los locales del convento. Sin embargo, el fuerte impacto emotivo de pisar el suelo que nuestros dos jóvenes hermanos has pisado durante su breve vida, nos hace olvidar el pequeño incómodo. Además, mucha gente de ese pueblo rural vive condiciones de vida aún más precarias.

A las dos de la tarde, bajo un sol tórrido, empezamos el Vía Crucis hacia el lugar del martirio, distante cerca de dos kilómetros. Es carretera de tierra. La gente va uniéndose poco a poco. Busco refrigerio en zonas de sombras, cuándo las hay. El lugar del martirio se encuentra al lado de una plazuela natural, detrás del viejo cementerio, en Pueblo Viejo, abandonado después de un terremoto. Aquí se está ultimando una capilla. Celebramos al aire libre, en la plazuela. El momento es muy conmovedor. No puedo dejar de pensar en el hecho que los dos eran casi mis contemporáneos, muriendo Zbigniew a los 33 años y Miguel a los 31. Me estremece y da a pensar como la ideología pueda llevar a tal locura, de matar, por absurdo, a los que se dice querer rescatar o defender. Es lo que pasó en Perú y en cada país donde el terrorismo se enfrentó al ejército, con víctimas inocentes causadas por ambas instancias. Los que pagaron y pagan son siempre la gente del pueblo, los débiles y pobres. Y esto es inicuo, diabólico. Es esperanzador y alentador que en Perú se haya constituido una Comisión de la Verdad y Reconciliación, para echar luz sobre los acontecimientos y emprender un camino de paz.

La mañana siguiente, 9 de agosto, día del martirio, temprano, salgo solo, para tomar unas fotos y volver a caminar el camino hacia el lugar del martirio. Quiero reflexionar, revivir, escuchar el silencio. Es de una lindura profunda. Experimento inquietud y paz a la vez. Miro el paisaje y pienso en la noche en que fueron ejecutados Zbigniew y Miguel. ¿Habrán mirado un cielo tapizado de estrellas como el de anoche, contemplando a ángeles acompañándolos? ¿Y la luna? ¿Alumbró los alrededores, las cimas de los montes… y sus corazones? ¿O más bien hubo oscuridad, para que sus ojos contemplaran a Dios sin distracciones, alentándose mutuamente como amigos fraternos frente a un peligro fuera de su imaginación? Saber que una bala explotó en la cabeza de Miguel, abriéndole la cara, y que Zbigniew fue rematado con una bala que le salió del ojo, me da escalofríos de terror por la estupidez de la maldad humana, y de ternura hacia estos dos hermanos míos franciscanos.

A las 10 a.m. hubo la celebración oficial de los 20 años del martirio, con la misa celebrada por el obispo nuevo de Chimbote y concelebrada por los sacerdotes presentes. Habría sido hermoso y significativo que los organizadores involucraran más la gente del pueblo, aquella gente que acompañó a los dos frailes y los enamoró de su vocación franciscana vivida en estos lugares y en esta cultura. Conmovedoras las pocas palabras de un primo de fray Zbigniew, quien dice, a nombre de toda la familia, que ellos no tienen odio ni rencor hacia los asesinos, y que los perdonan. Probablemente el momento más alto de toda la celebración. En la tarde, en espera de la salida, me dirijo a las tumbas en la iglesia. Quiero tener un momento de reflexión y oración. Me alcanza Eva, una joven presente la noche del asesinado y empieza a contar, con referencia a lugares del convento y de la iglesia, que por ella son sacramentales. Me conmueve su necesidad de decir, de desahogar el alma en el contar, casi de buscar un sentido difícil, imposible a hallar fuera de una lógica cristiana, martirial.

Llegamos a Lima a la medianoche. Durante el trayecto, charlo agradablemente con el Ministro general, mi amigo desde los tiempos de la teología en Roma, y mi querido fray Luciano, misionero entusiasta en Brasil desde casi 40 años.

fray Matteo - Venezuela

viernes, 12 de agosto de 2011

Encuentro del Ministerio de Reflexión de la Falc (MiReFalc) Lima, 10-12 de agosto

En los días 10-12 de agosto, luego de haber vivido junto a la Custodia de Perú el congreso y la celebración de los 20 años de la muerte-martirio de fray Zbigniew Strzałkowski y fray Miguel Tomaszek se han reunido los integrantes del Ministerio de Reflexión de la Falc (MiReFalc) para discutir sobre una manera de ser frailes menores conventuales en América Latina hoy. Esto para dar una contribución nuestra a la reflexión de la Orden, con vista a la revisión de las Constituciones. Han participado 12 frailes: 5 de Argentina-Uruguay, 2 de Brasil, 2 de Bolivia, 1 de Costa Rica, 1 de Chile y 1 de Venezuela.

Empezamos con un rico compartir e intercambio de opiniones sobre el Congreso en Lima (5-6 de agosto) y la peregrinación a Pariacoto (8-9 de agosto). A este momento participan también el Ministro general, fray Marco Tasca, y el Asistente general para la Falc, fray Jorge Fernandez. Todos estamos de acuerdo que los dos momentos han sido un logro, sobre todo de un punto de vista emocional, pastoral y celebrativo. Tal vez haría falta ahora un discernimiento serio y participativo sobre la herencia del martirio de estos dos hermanos nuestros a nivel de Orden y en el ámbito de la formación, sobretodo en América Latina.

Pasamos después a examinar los artículos-aportes de unos participantes sobre las características para una conventualidad latinoamericana. Los siguientes puntos son fruto de la lectura de los artículos y de los ricos intercambios fraternos.

Emergen estilos de vida franciscana que dependen de las realidades fundadoras, con todo lo que esto conlleva de una cultura trasplantada en estas tierras latinas. El peligro es quedarse con la cultura de los fundadores, por la cual sin embargo es menester pasar, y no con la dinamicidad de un carisma.

Recuperación y valorización de la memoria histórica. Conocer la historia franciscana universal y en AL, tal vez con los criterios hermenéuticos nuevos; conocer y estudiar la presencia franciscana conventual para ver “cómo” se ha vivido y se ha de vivir hoy nuestra identidad en estas tierras latinas. Es importante conjugar el acercamiento diacrónico y sincrónico. Hacer memoria creativa, valorizando otros elementos, como los saberes de los ancestros, no sólo la historia de los conventuales en AL, que es demasiado reciente. La historia, pues, no es el único lugar para entender la conventualidad, ni tampoco lo profético. La matriz carismática de la Orden se debe buscar en diálogo con las matrices culturales cambiantes, a la luz de un discernimiento fraterno evangélico.

El franciscanismo nace en una época de crisis y gran movilidad, con talantes parecidos a los nuestros. El convento fue lugar de producción intelectual y simbólica. El convento tiene su declive cuando se crean las naciones y nacen patrones más estables, por tener poca movilidad. Recupera su auge en los países “nuevos” como son las Américas, que se van formando con una gran movilidad que obliga al diálogo y a la propuesta cultural y vivencial.

Hoy, además de la historia y sociedad, es el mismo cosmos que nos interpela. Es la voz del Espíritu que nos habla. El franciscanismo es movimiento; pues, llamado a vivir en los escenarios del mundo actual: ecología, migrantes, mujeres, pobres, minorías étnicas, etc. Sería un error despegar una reflexión sobre la conventualidad y nuestra identidad del mundo que nos rodea, como algo a parte. Sería un abstractismo dañino y desviante.

Los franciscanos deben tener horizontes abiertos en lo que se refiere a su presencia y significatividad en AL, sin limitarse a un solo modelo de iglesia y de compromiso pastoral. Hermanos que sepan dialogar con culturas distintas y con la misma creación. La interculturalidad se vuelve en la expresión moderna y actual de la itinerancia franciscana. Somos forasteros y peregrinos, nos dice la Biblia y el mismo S. Francisco, tal vez en el sentido de “nómadas”, cuya referencia más que el territorio es lo interior de cada uno.

La interrelación entre hermanos, y con todas las instancias territoriales y cósmicas, en diálogo comunional y enriquecedor, es la manera de vivir nuestro ser frailes conventuales hoy. El convento como espacio de encuentros, instancia humana que elijo para ser franciscano y que no obligatoriamente se identifica con un lugar. Ámbito de reciprocidad afectiva, hecha y expresada en sintonía, no en aceptación puramente ideal del otro distinto de yo. El convento debe de ser espacio de relaciones cálidas y profundas. El peligro actual podría ser la cultura virtual, que desvirtúa el encuentro humano y el sentido concreto de pertenencia a un grupo, el vivir y sentirse en familia. Esto se opone a la actual cultura líquida y de relaciones en red, o la complementa, anclándonos a un territorio y un grupo humano.

Quizás el conventualismo hoy en AL se caracteriza como algo que pertenece al franciscanismo todo; se vive una unidad pastoral y espiritual entre las tres familias franciscanas. Mientras que en Europa se parte normalmente de las diferencias para vivir las características propias. Aunque no se pueden negar diferencias en las maneras concretas e institucionalizadas de vivir las relaciones fraternas en la comunidad y en relación con la autoridad.

De repente no existe una conventualidad latinoamericana. Hay características universales que se deben aplicar, en manera fiel y creativa al carisma del fundador, a las realidades propias de cada área geográfica y ambiente humano. Y América Latina, a nivel social y eclesial, tiene sus características propias, que son retos para encarnar nuestra identidad conventual aquí.

Hay tres tipos de presencias por zonas: urbanas, rurales o pequeños pueblos, misioneros junto a presencias indígenas. Hay modelos pastorales: parroquiales, educativos y otros ministerios (medios de comunicación, etc.). El gran problema de AL que puede impedir el cambio, es que estamos determinados por unas estructuras que nos comprometen histórico culturalmente. Al mismo tiempo, estamos condicionados por necesidades económicas que a veces nos llevan a buscar compromisos más rentables, visibles y fáciles, que franciscanas. Importante es la formación, para adquirir categorías evangélicas y franciscanas a la hora de tomar decisiones sobre presencias y obras.

El núcleo fundamental de nuestra identidad franciscana no es fijo sino abierto y dinámico: una fraternidad que discierne, es evangélica, nómada material y espiritualmente. El discernimiento establece el vínculo de la fraternidad con el Espíritu. El capítulo conventual juega en este sentido un papel fundamental.

La conventualidad es un modo de ser franciscanos, expresando la minoridad en un lugar espacio abierto; es relacionalidad cultural abierta que no nos distingue de las demás familias franciscanas, porque es algo incluyente, que nos une y pertenece por esto al carisma mismo del fundador. Tal vez las dos características de la conventualidad son: dinámica fraterna interna, y diálogo permanente con la cultura y el mundo, que nos lleva a reinventarnos permanentemente. Esto nos lleva a acercarnos a los demás sin prejuicios sino con libre humildad, para conocer, hacerse involucrar y enriquecerse mutuamente.

En resumidas cuentas, tal vez el aporte propio de AL podría ser el siguiente. No se puede definir la conventualidad con una concreción histórica determinada, como algo a reproducir en el tiempo, sino más bien como algo dinámico, en devenir. La Orden no como “orden”, sino como espacio “caótico” que impulse a una búsqueda continua, fiel y creativa; espacio abierto al diálogo ad intra y ad extra. Tal vez el “orden” ha sido concebido por unas instancias culturales cartesianas de dominio de la realidad, hoy día en crisis. Haría falta favorecer un “desorden o fractalidad interior”, una creatividad en la búsqueda y en la vivencia. A parecer nuestro, todo el mundo está convencido de esto; sin embargo hay resistencias interiores, miedos para asumir este nuevo estilo de conventualidad. De repente, las casas de formación en común podrían favorecer el vehicular estos nuevos modelos y anhelos, para un camino latinoamericano de presencia franciscana menor conventual.

jueves, 14 de julio de 2011

XX años del martirio de Miguel y Zbigniew, OFMConv

Discípulos y testigos

de Aquel cuya muerte

nos dio vida:

20 años del martirio

de los frailes

Zbigniew Strzalkowski

y Miguel Tomaszek

OFM Conv.

Los nombres de Juana Sawyer, misionera de San Columbano; Agustina Rivas, hermana del Buen Pastor; Irene McCormack, Hermana de San José del Sagrado Corazón y de los franciscanos conventuales Zbigniew Stralkowski y Miguel Tomaszek marcan un momento de particular intensidad en la historia reciente de la vida religiosa peruana.

Sus muertes violentas, a la que se suma la pérdida del sacerdote diocesano Sandro Dordi de la diócesis de Chimbote, constituyen una herida que sigue doliéndonos; su entrega de vida al lado de miles de víctimas inocentes es signo de fidelidad y gracia comprometedora para quienes queremos seguir a Cristo.

La tradición de la Iglesia, desde el comienzo, comprende el martirio como confirmación elocuente de la validez de un estilo de vida y de servicio pastoral, y anima a profundizar en su relevancia para el discernimiento de nuevas opciones.

A los veinte años de la muerte de Zbigniew y Miguel, los franciscanos conventuales del Perú invitamos a reflexionar con nosotros sobre estos acontecimientos. Es nuestro deseo poder reafirmar y renovar nuestra presencia misionera en el país gracias a la ayuda de amigas y amigos, compañeras y compañeros de camino que nos conocen bien, nos estiman y nos saben orientar.

Entendemos que la herencia que nos dejaron nuestros hermanos es un don preciso que lo compartimos con la vida religiosa y la iglesia del Perú, al igual como con todas las mujeres y hombres que ofrecieron sus mejores dones para un país más justo, fraterno, inclusivo, reconciliado.

Renovando nuestra apuesta por la cercanía afectiva y el acompañamiento lúcido de nuestro pueblo, queremos releer y hacer nuestra la enseñanza de vida y ministerio de Miguel y Zbigniew en el contexto de los procesos sociales y eclesiales del


PROGRAMA CONGRESO

XX AÑOS MÁRTIRIO MIGUEL Y ZBIGNIEW

Parroquia Nuestra Señora de la Piedad, San Luis, Lima


VIERNES – 5 DE AGOSTO 2011

MAÑANA: MARTIRIO – HISTORIA

9.00 AM – Bienvenida y palabras de inauguración del Ministro General

9. 30 AM – Una mirada desde la historia: la situación política y social del año 1991

Doctora Cecilia Tovar, Instituto Bartolomé de las Casas, Lima

10.15AM – Una mirada desde la historia: la situación eclesiástica del año 1991

Prof. Ernesto Alayza, PUCP, Lima

11.00 - 11.15 AM – Intermedio

11.15 AM – Testimonios:

- Mnsr. Luis Bambarén SJ,

- fr. Jaroslaw Wysoczanski OFMConv.,

- fr. Simón Chapinski OFMConv.,

TARDE: MARTIRIO – HOY

2.45 PM – Martirio en la Iglesia del siglo XX – XXI, la experiencia particular de América Latina

fr. Darío Mazurek OFM Conv., Bolivia

3.30 PM – Testimonios:

- hna. Berta Hernández Guerra ESC,

- Srta. Eva Torres


4.15 - 4.30 PM – Intermedio


4.30 PM – Martirio en la vida de S. Francisco y sus seguidores; recuerdo de los mártires franciscanos del Perú


fr. Jorge Cajo OFM, Perú

5.15 PM – Testimonios:

- familiar de los alcaldes,

- hna. Cristina Kuklinska OSC,

7.00 PM - Eucaristía presidida por el Ministro General de los Hermanos Menores Conventuales

fr. Marco Tasca, Italia


SÁBADO – 6 DE AGOSTO 2011

MAÑANA: MARTIRIO – MAÑANA

9.00 AM Algunos elementos de la teología del martirio desde los primeros mártires hasta la experiencia particular de América latina

fr. Jacek Lisowski OFM Conv, Perú

10.15 AM – Aportes del IF de la CVR en el camino de reconciliación nacional


Sr. Salomón Lerner Febres, Presidente de la CVR, Lima


12.00 AM – Eucaristía de clausura del Congreso


TARDE:


4.00 PM – Apertura de la exposición dedicada a los mártires, sótano de la parroquia


Embajada de la República de Polonia, Asociación “Dom Polski”

7.30 PM – Concierto-estreno del CD dedicado a los mártires

lunes, 4 de julio de 2011

Decires n. 3

El actual, ya tercer número, de la Revista Decires, en gran parte ofrece al lector el material que fue expuesto y reflexionado en el I Congreso de los Hermanos Menores Conventuales, que se llevó a cabo en Bolivia los días entre 19-24 de julio de 2010. El lema del congreso fue: “Nuestra Identidad y Presencia Conventual en Latinoamérica a la Luz del VIII Centenario de los Orígenes del Carisma Franciscano”.

Quienes lo organizaron fueron los Hermanos del Ministerio de Reflexión de la FALC, entre los cuales desde hace cuatro años maduraba la idea de preparar un evento estrictamente franciscano que entablaría la reflexión sobre la identidad franciscana conventual en América Latina…

Nuestras presencias en este continente fueron fundadas en el siglo pasado. La mayoría de los fundadores, obviamente con buenas intenciones, trasladó lo peculiar de la vivencia franciscana de sus países de origen a las tierras donde tuvo lugar la plantatio Ordinis. Pero con el paso de los años los hermanos latinoamericanos comenzaron a preguntarse cuál, dentro del franciscanismo universal, podría ser la peculiaridad de la vida franciscana conventual en su ambiente. De ahí surgió la iniciativa de formar un grupo de hermanos que asumirían el trabajo de indagar, investigar, o simplemente preguntarse cómo se puede ser hermano menor conventual en América Latina. De hecho el mismo objetivo de la existencia del grupo se articula de la siguiente manera: Constituir, fortalecer y ampliar una red de producción, intercambio y divulgación de experiencias, reflexiones, investigaciones, materiales de estudio, etc. convocando y motivando a los hermanos a colaborar y compartir para tornar más significativa nuestra presencia en Latinoamérica

El actual número resulta ser una excelente respuesta a dichos objetivos. Decires 3, en su contenido, proporciona las ponencias de los hermanos que viven en distintas circunscripciones de América Latina, y que ofrecen una reflexión sobre nuestra identidad, presencia y vida en diálogo con el mundo actual. Todas ellas fueron presentadas como parte de los grandes bloques temáticos: “Formación para la Misión en América Latina” y “Eclesiologías en América Latina y nuestro aporte actual”…

Aparte de las aportaciones del congreso, la revista tiene cuatro artículos más, también de algunos de nuestros frailes: de Fr. Roberto Tomichá, Fr. Roberto Carboni, Fr. Carlos Charles y Fr. Francisco Quesada…

Esperamos que este aporte, que tienen en sus manos, sea propicio para profundizar la reflexión sobre la identidad de los Hermanos Menores Conventuales en Latinoamérica haciéndola más significativa. Además esperamos que dicha reflexión les sirva como material de apoyo para la formación permanente en los ambientes donde les toca vivir la espiritualidad franciscana.

De la Introducción de

Fr. Dariusz Robert Mazurek

SALUDOS DE BIENVENIDA

¡Paz y Bien! Queridos Hermanos les saludo muy cordialmente.
fr. Darío